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udismo nas Olimpíadas? equilibrada a cada refeição, mas
Pois é, o Budismo foi es- não é que me deparo com atle-
Bcalado para viver esta tas se fartando com sanduiches,
experiência única, durante as refrigerantes, batatas fritas? Era
Olimpíadas e Paraolimpíadas Rio como um cartão de visitas que
2016, formando a delegação de me dizia: Olha, nós não somos
religiosos, que ficaram ao lado máquinas! Somos humanos, e
dos melhores atletas do mundo, temos uma vida como qualquer
dando-lhes o suporte espiritual um!
nesta grande festa mundial do
esporte. Dia após dia, respirando as
Olimpíadas e caminhando na
Para mim, no início me senti um Vila Olímpica, cruzando com
peixe fora d´água. Como não atletas de todas as nações, co-
estou envolvido com esportes res, raças, línguas e culturas di-
diretamente, sempre pensei que ferentes, conversando com eles
os atletas olímpicos fossem má- (muitas vezes, na base dos ges-
quinas de músculos, quase que tos), e principalmente orando
perfeitos, inquebráveis. Como junto com eles, a sensação de
ilhas de perfeição, sempre com peixe fora d´água foi se dissi-
performances de nos fazer arre- pando. Os dois meses de Olim-
galar os olhos. píadas me mostraram que, ser
humano é principalmente con-
Mas, para minha surpresa, de- viver com os altos e baixos da
parei-me com uma realidade di- vida, e isso ainda mais para os
ferente da que imaginei. Uma atletas. Os momentos que ante-
cena me impactou logo quan- cediam as competições eram de
do cheguei na Vila Olímpica: ao verdadeira pressão psicológica.
entrar na Vila dos Atletas, além Os atletas vinham ao Centro In-
do restaurante olímpico, dei de ter-Religioso procurar maneiras
cara com uma fila enorme no de aliviar o coração.
fast-food montado na Vila. Essa
cena me deixou perplexo, pois Na caminhada diária na Vila dos
pensei que encontraria atletas Atletas, só de fazer o gesto de
de dieta regulada, balanceada e unir as palmas das mãos para
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