Page 30 - Revista Lotus-Mes-01-2004-N52
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chamas ou da cobra venenosa. Por isso são coisas das quais não
     devemos nos aproximar. Pois, além de nos fazer sofrer, nos trazem
     danos e nenhuma satisfação duradoura.
      Buda acrescentou.

     - Pootarya, o desejo é como se fosse g realização dentro de um
     sonho, pois quando acorda nada resta. E algo que o faz pensar ter
     adquirido satisfação, mas que esta era ilusória e que deixa apenas
     mais uma sensação de vazio.
      Por último Buda citou mais um exemplo.

     - Suponha que haja uma árvore que dá frutos o ano todo, e que por
     ela passou um homem faminto. Este pegou uma fruta que de madura
     havia caído e comeu. Porém, não se contentando subiu na árvore a
     fim  pegar  algumas  frutas  para  levar  para  casa.  Nesse  exato
     momento surgiu um outro homem que, com a mesma fome e do
     mesmo modo comeu uma fruta que estava caída no chão. Só que
     após  isto  resolveu  derrubar  a  árvore  para  que  pudesse  levar
     muitos frutos para casa. O que aconteceria? Perguntou Buda.

      Pootarya respondeu.

     - O primeiro homem teria que descer rapidamente para não se
     machucar gravemente.

      Sendo assim, Buda concluiu.
     - Enfim,  da  mesma forma  que  o  homem desceria rapidamente,
     devemos nos afastar o mais rápido possível dos desejos demasiados
     para não sofremos as conseqüências desta perseguição dolorosa,
     que nós mesmos nos submetemos.

      Tudo haverá de acontecer desde que semeie a causa.
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