Page 20 - Revista Lotus-Mes-06-2004-N57
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          própria natureza. Esse sentimento é a base da moral e faz
    brotar todas as ações positivas das pessoas que visam edificar um


    mundo melhor. Podemos sentir gratidão a um ser que nos socorreu


    num momento  difícil  da vida ou à  natureza  que nos  dá  suporte


    para a nossa  existência.
           O  budismo  prega  que  ter  consciência  dos  benefícios
    recebidos é importante,  mas que só isso não basta,  é necessário


    que exista também  o sentimento de retribuição.


          Porém, infelizmente muitas  pessoas  acham que não






    necessitam do auxílio  de ninguém e  de nada para  sobreviverem.


    Mergulhados  na escuridão  da  ignorância  e  dominados  pelo



    orgulho e prepotência, não enxergam os  infinitos benefícios  que





    recebem direta ou indiretamente  de tudo  e de todos  que estão  ao


    seu redor. Vivem um mundo por si e para si e assim não ajudam em


    nada na melhoria do  mundo.  Quando reconhecem  o  benefício


    recebido,  cegos pela  cobiça, não conseguem retribuí-los.


           Um  animal  irracional  quando tratado  com  carinho,

    retribui seu benfeitor com a lealdade e proteção. É como a história


    de um  cão da raça  akita,  chamado Hatiko,  que aconteceu na





    década de 20 no Japão. O seu dono era professor universitário e
    morava em  Tókio. Desde pequeno Hatiko foi criado e tratado com
    extremo carinho por ele. A relação de amizade era tão estreita que

    ambos  tomavam banho  de ofurô  juntos.  Quando  o  professor  saía



    de casa para  dar aula  na universidade,  todas  as  vezes  Hatiko  o

    acompanhava  até  a  estação  de  trem  e  se  despedia  .  Quando
    chegava a  hora do  retorno,  Hatiko voltava à  estação e  esperava

    por  ele  no  portão.  Depois  de um  ano  e  meio  nessa  rotina,
    aconteceu  uma fatalidade.
          Enquanto dava  sua aula na universidade, o  professor






    acabou morrendo de um ataque cardíaco .fulminante  .  Sem saber


    do ocorrido, Hatiko como sempre, foi esperá-lo pela sua volta na

    estação. Como ele nunca chegava, com paciência  e com os olhos


     na   q    da   espe    esperou


    Durante dez anos, fizesse sol ou chuva ou que nevasse ,  esperou




     ....
    pelo retorno de seu dono,  até morrer velho e cansado em frente à

    estação. Durante esse período, foi adotado por outras famt1ias mas
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