Page 10 - Revista Lotus-Mes-12-2007-N99
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se agravar. Os remédios agora me deixavam em estado de
prostração, tinha total falta de apetite e já não queria me
levantar.
A depressão surgiu novamente, mas agora de forma
muito mais intensa, e a ansiedade já não me deixava respi
rar direito. Junto com isso, passei a apresentar sintomas de
graves doenças, no intestino, na mama, e passei a me sub
meter a dolorosos exames que me desgastavam ainda mais,
embora os resultados fossem negativos.
Passei a ter crises de hipertensão. Eu me sentia desta
vez muito doente, e a cada dia aparecia novos mal estares.
Perdi totalmente o equilíbrio, e já não tinha controle das
minhas ações. Ofendia parentes e familiares, me isolei, me
afastei de todas as pessoas. O fato de ter me afastado de
meus familiares de forma tão grosseira, me fazia sentir pior
do que já estava. A vergonha de ter ofendido pessoas que
me eram tão queridas, me atormentava o tempo todo, e a
partir daí, meu estado emocional só piorou.
Um dia precisei sair para instalar o alarme no meu
carro e meu marido me acompanhou. Eu já evitava sair de
casa sozinha. Quando cheguei lá, percebi que o endereço era
em uma estrada que leva à Campos do Jordão, e o Templo
Butsuryuji ficava próximo dali. Quando meus filhos eram cri
anças, íamos com freqüência para Campos do Jordão, e toda
vez que passava por ali, a beleza daquele lugar me saltava
os olhos. O templo por sua forma oriental deixava claro que
ali estava Buda.
Deixei o carro e fiquei de apanhá-lo no final da tarde.
Durante o dia decidi que aproveitaria a oportunidade para ir
até lá. O portão estava trancado. Fiquei ali por alguns instan
tes segurando aquelas grades e admirando aquela longa tri
lha do portão para o templo, que durante anos me chamou à
m
atenção todas as vezes que passei por ali. Nesse momento