Page 31 - Revista Lotus-Mes-10-2006-N85
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O Zen em primeira estância se auto-denomina como "não
religião". E, se não é uma religião, então, não importa se a prática é
ou não inusitada, é simplesmente uma prática. Se, sentar, refletir e
tomar decisões fossem práticas inusitadas, então todos seríamos (ou
pelo menos deveríamos ser) seres inusitados. Zen, significa
'Serenidade'. A meditação transcendental ( apenas com a mente)
realizada é o método de buscar essa serenidade segundo a prática
zen budista. Simplesmente isso.
O budismo não se fundamenta no zen. mas sim, o Zen no
budismo, e o budismo, muito mais do que o Zen, que representa
apenas uma parte simplória da prática, se aprofundou no Sutra
Lótus revelando a sua identidade "Religião" (não inusitada
como a pergunta diria) através da busca da iluminação pela da prática
da fé e compaixão.
Contudo, o "não inusitado" aqui, representa algo muito além
e aprofundado do que qualquer coisa inusitada e introspectiva. É o
simples e essencial que restou após todos os chamados inusitados e
convencionais terem sido descartados. É o que chamamos de
"Primordial", ou seja que só pode ser de um jeito e esse jeito não é
criado por nós, nem por "Deus", simplesmente " É " ! Daruma Daishi,
é o fundador do budismo zen. Nasceu ao sul da Índia como terceiro
príncipe do reino Koushikoku. Também é chamado de Engaku
Daishi. Viveu por volta do ano 530 e difundiu a doutrina zen
Shoubouguezou (Escritura da visualização Correta do Darma) sobre
a iluminação. Algumas de suas passagens famosas são: a máxima de
"Caia sete vezes e levante oito" e o feito de, no
monte Suuzan, Templo Shaolin, sozinho, ter
meditado por nove anos voltado para uma parede e
sentado (o boneco da figura ao lado representa
Daruma sem visão e sem pernas). Segundo a crença
popular, este fato lhe custou a perda da visão e das
pernas que por falta de uso se tornaram inutilizáveis.
(Fonte: lwanami diten p.555)