Page 22 - Revista Lotus-Mes-04-2002-N31
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DICIONÁRIO BUDISTA -
ARIGATOUGOZAIMASSU
Usamos esta palavra de saudação, ou cumprimento, entre os fiéis da
Butsuryu-Shu. Substitui os: "bom dia", "boa tarde e" "boa noite".
Na língua japonesa, o uso desta palavra é geralmente de
agradecimento. Entretanto, por ser composta pelos ideogramas ARI ( existir) e
GATAI ( dificil) possui, implicitamente, o significado de alguma coisa dificil.
No nosso cotidiano, tomamo-nos incapazes de valorizarmos o que
temos: a saúde, a família, os amigos, a casa, a comida, o trabalho, etc.
Entretanto, nada é meramente casual. Tudo tem sua causa e efeito. Os fatos não
ocorrem pela nossa simples vontade de que isso aconteça e nem as pessoas se
encontram onde e quando desejamos.
A nossa própria existência já é um episódio digno da mais profunda
reflexão. O nascimento de um ser humano nunca é um acidente, mas, sim, é um
resultado de uma meticulosa programação das leis do Universo. Sem contudo
entrar no mérito da questão, do ponto de vista científico de um laborioso
processo genético cientifico ou do aspecto religioso; podemos afirmar que
cada nascimento só se concretiza após uma sucessão ilimitada de fatos
rigorosamente ordenados. Em primeiro lugar: é necessário que seus pais
tenham nascido e se encontrado. Mas para isso era preciso, também, que os pais
deles ( e já são quatro) tivessem nascido e se encontrado. Por sua vez, cada um
desses quatro descende de outros dois pais, etc. Em outras palavras, cada um
de nós tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós e 16 tataravôs.
Mas se retrocedermos mais uma geração, isto é, até a quinta geração, o
número de avós aumenta para 256; na sexta para 65.536. Obviamente, cinco
gerações apenas não constroem uma humanidade, mas o número de avós já é
surpreendentemente grande. Assim, cada ser humano é resultado da existência,
e do encontro entre si, de um número infinito de ancestrais em sua devida
época.
Por essa razão, ao pronunciarmos ARIGATOUGOZAIMASSU, no
nosso dia a dia, estamos agradecendo a oportunidade de encontrarmos um ao
outro e de, juntos, praticarmos a fé religiosa. Acima de tudo, estamos
manifestando a nossa profunda gratidão pela rara oportunidade que tivemos da
nascer entre os seres humanos e principalmente de encontrar o Gohonzon do
Odaimoku.
O mestre Nissen Shounin nos ensina a utilizar esta palavra como um
hábito oral.
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