Page 4 - Revista Lotus-Mes-05-2005-N68
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ou que, na época, as tenhamos considerado
irrelevantes.
Faz um mês que vivi uma situação profissional
bem próxima dessa verdade, com um ex-colega
de trabalho. Um dia, ele e eu fizemos parte de
um grupo que trabalhava em uma mesma empresa,
nós éramos muito unidos. Mas, com o tempo e a
ciranda-cirandinha do mercado de trabalho, o grupo
se dissolveu: cada um de seus membros foi pegando o boné e
partindo para outra. E esse ex-colega, mais afortunado ou
mais competente, conseguiu uma posição fantástica, bem
superior à dos demais. Resultado: o privilegiado decidiu,
talvez inconscientemente, perder o contato conosco. Sua
temporária situação de conforto o convenceu de que nós
precisávamos dele, mais do que ele de nós. Daí, o dito não
respondia às mensagens que
mandávamos e sua assistente
sempre dizia que ele estava
viajando quando ligávamos.
Mas o tempo passou, e ele
ficou desempregado. E qual foi
a primeira coisa que fez? - •:
Entrou em contato com os
amigos do peito. E, claro,
ninguém respondeu. Um dia,
nosso ex-colega, ao encontrar
casualmente outro ex-colega,
reclamou, amargurado: "Pois é,
na hora em que a gente mais
precisa dos amigos, eles·
simplesmente desaparecem".
Em sua opinião, ele havia sido
vitimado pelo carmo de ter