Page 32 - Revista Lotus-Mes-06-2006-N81

Lotus Revista Budista

• e, dessa maneira, facilitar muito a disseminação do Budismo
na região.
As escrituras contém relatos altamente dramáticos da
confrontação entre ele e os irmão Kashyapa. Resolvido a converter
Uruvela Kashyapa, o mais velho e mais influente dos irmãos, visitou­
º em casa. Solicitou com toda a seriedade que lhe fosse permitido
passar a noite no Templo do Fogo Sagrado, do qual eram zeladores
os Kashyapas. Foi advertido de que no templo havia uma serpente
maligna que certamente lhe faria mal. Shakamuni, porém, insistiu e
recebeu finalmente a permissão.
Confirmado o aviso recebido, uma serpente perigosa que
vivia no templo de fato apareceu e tentou atacá-lo, mas Shakamuni
lhe demonstrou tal atitude de piedade e compaixão totais que
conseguiu domá-la.
Na manhã seguinte, sabendo o que acontecera, Uruvel
Kashyapa ficou grandemente impressionado com os poderes de
Shakamuni, embora ao mesmo tempo permanecesse convencido
de que suas próprias habilidades e realizações eram
uperiores. Shakamuni realizou em seguida vários outros tipos de
manifestações e exibições de poder místico, até que finalmente
convenceu o mestre brâmane a reconhecer derrota.
Caberia algumas dúvidas sobre até que ponto interpretar
literalmente essas referências a poderes místicos. O que o episódio
tenta transmitir é que Shakamuni obteve o reconhecimento da
derrota do rival não graças a qualquer superioridade em
debate filosófico, mas através de seu poder e vigor concretos como
homem de religião.
De qualquer modo, sabemos que Uruvela Kashyapa,
prestando-lhe inteira submissão, suplicou-lhe na mesma ocasião
que o aceitasse como discípulo. Shakamuni, segundo as escrituras,
repreendeu-o dizendo que como líder de um grupo de
quinhentos discípulos próprios ele não devia decidir um assunto
dessa magnitude com tanta pressa. O mestre brâmane, em vista
disso, consultou seus discípulos e, no fim, ele e todo seu grupo de
quinhentos tornaram-se seguidores do Buda, cortando suas tranças
e jogando-as no rio juntamente com os vasos e adereços usados
nos ritos de sacrifício brâmanes. Além disso, seus irmãos mais
jovens, Nadi e Gaya Kashyapa resolveram seguir-lhe o exemplo e
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