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passar do tempo, dezoito escolas foram enumeradas.
Essas escolas eram caracterizadas por uma visão clara
a respeito da impermanência, do sofrimento e do não
eu, e pela idealização do ser santo ou sobrenatural
(sânsc. arhat, páli arahat). Os arhats também são
chamados de ouvintes (sânsc./shravaka), pois eles
alcançam o nirvana ouvindo os ensinamentos de Buda;
deve-se citar também os realizadores solitários (sânsc.
pratyeka-buddha), que vivem isoladamente e atingem o
nirvana simplesmente pela observação dos fenômenos.
Outra característica importante das primeiras escolas é
a não-utilização de especulações filosóficas no caminho
do despertar, particularmente as especulações a
respeito do nirvana.
Todas as escolas antigas desapareceram, com
exceção da Theravada, que predomina até hoje nos
países do sudeste asiático (Mianmar, Sri Lanka,
Camboja, Tailândia e Laos).
Entre as dezoito escolas, que surgiram, pode-se
citar os ramos Pudga/avada (Vatsiputriya),
Saravastivada, Sautrantika, Vibhajavavada e
Dharmaguptaka. Com o ressurgimento do hinduísmo e a
chegada dos muçulmanos durante o século VIII,-iniciou
se o declínio do budismo na Índia, que culminou entre
os séculos XII e XIII.
Em 1197, os muçulmanos destruíram o monastério
Nalanda e, em 1203, o monastério Vikramast,iiÍa. Estes
dois fatos marcam o trágico fim do budismo na Índia.
A destruição de Nalanda foi um golpe fatal para a
sangha indiana. Fundado no século II pelo rei
Shakraditya de Magadha, o monastério era uma
verdadeira universidade monástica, servindo como
centro de estudos para todas as correntes budistas e
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