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          prática que serve só para um determinado grupo de pessoas (capacitadas),
          então ela exclui, e se exclui, não é verdadeira.
               Mas se perguntarem por que o Buda fez a meditação? A resposta se­
          ria:  Dá para contar em dias a quantidade de meditação que o Buda realizou.
          Antes de atingir a iluminação ele se dedicou á prática ascética, depois, por
          algum tempo como forma de organizar os pensamentos (certificar-se de que
          sua iluminação era um fato) meditou por 49 dias. Depois disso, por 50 longos
          anos simplesmente praticou a fé e compaixão. Peregrinou por praticamente
          toda a Índia e suou a camisa mais do que ninguém até os 80 anos de idade.
               Agora eu pergunto: Por que as pessoas não preferem copiar a parte
          que ele suou a camisa? Por que preferem copiar apenas a parte meditativa
          transcendental? É obvio! Porque é mais cômodo. Porque é 'legal' e faz você
          sentir um 'breve' alivio e bem estar, nada mais do que isso. É por isso que o
          próprio Buda, abandonou esta prática (para não ficar 'numa boa' sozinho) e
          durante toda sua vida expandiu o budismo, salvou as pessoas, praticou a fé e
          a compaixão.
               A meditação ocorre perfeitamente e de acordo com a nossa capaci­
          dade, justamente quando nos encontramos orando e devotando a Imagem
          Sagrada em todos os momentos de nossas vidas.
               Podemos traduzir o ato de meditar, mais como o ato de rogar do que
          o de 'pensar (ou não) sentado' como muitos interpretam erroneamente.  E
          rogar está ligado diretamente a oralidade, a oração. Ninguém faz súplicas ou
          pede socorro calado. Se faz, não deveria, pois não é eficaz e, principalmente,
          não é o que consta para se fazer conforme a pregação do Sutra Lótus.
          Fonte: Revista Lótus n 56 Pg 27
                      º
                 76. Como compreender os cantos e orações?
               Quanto a oração do Namumyouhourenguekyou, por ser um mantra,
          não é para entender. Todos os mantras possuem essa natureza e o Rei dos
          mantras, como é considerado o Namumyouhurenguekyou, não foge a esta
          regra.  Um mantra é para ser incorporado pela fé. Se fosse ele inteligível, seria
          facilmente bloqueado pela mente que busca apenas significados.
               A energia de um mantra está muito além da capacidade e inteligên­
          cia mundana e portanto só é inteligível aos iluminados. Felizes de nós que
          podemos nos comunicar por essa linguagem, não meramente de significados,
          mas sim de energia positiva.
               Quanto ás demais orações e hinos, a tendência é no futuro serem
          adaptadas às culturas locais. Só não foram até agora por questão de cautela
          e respeito.  Não podemos simplesmente chegar e traduzir de uma hora para
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