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Lotus Revista Budista
transbordando de virtude, ao invés de
optarmos pela iluminação, devemos
optar pela salvação dos seres. Ou seja,
devemos usar as nossas virtudes para
estendermos a salvação aos demais
seres. Sendo assim, estaremos nos
transformando em verdadeiros domi
nantes do nosso sucessivo ciclo de
renascimentos. Dando um basta na
desenfreada busca da felicidade individ
ual e concretizando a felicidade mútua,
única que representa a iluminação
verdadeira.
Seremos verdadeiros Bossatsu
(Ser altruísta que expande o Darma e
assim salva as pessoas) que também é
considerado o único ser merecedor da
iluminação, pelo fato da sua felicidade
não ser egoísta. E se não praticar a fé?
Existem muitas pessoas boas,
respeitadas e dedicadas que não praticam a fé. São pessoas que pela be
nevolência são merecedoras de reconhecimento, de amor e respeito. Porém,
enquanto não praticarem a fé não conseguirão se desligar completamente
deste mundo de desejos e incertezas.
É exatamente tal como a famosa parábola do "Nobre pai pobre filho",
em que o pobre filho vaga e não consegue encontrar o próprio pai, o caminho
de volta para casa porque desconhecia a sua verdadeira origem.
Então por que se pratica a fé ?
No Sutra Lótus consta da seguinte forma: Deve-se praticar a fé
porque todos somos filhos do Buda Primordial, e por isso, se lapidamos a
nossa natureza búdica concretizaremos a iluminação. Nossa vida não existe
em função da satisfação dos prazeres mundanos. Nossa vida existe como se
fosse um palco para encenarmos (concretizarmos) a iluminação.
No começo deste capítulo, quando mencionamos o famoso poeta Miyazawa
Kenji, certamente era em relação à importância de saber desse objetivo de ter
nascido ao qual ele se referia quando ensinava aos seus alunos.
Praticamos a fé, para lapidarmos e extrairmos o Buda que existe
dentro de nós. E em matéria de lapidação da natureza búdica não há método
melhor que orar o mantra sagrado Namumyouhourenguekyou, que existe es
pecificamente em função dessa nossa suprema necessidade. E, como todos
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