Page 23 - Revista Lotus-Mes-03-2002-N30
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                       DICIONÁRIO BUDISTA

                  * Na década de 80, muitos trabalhos de tradução e interpretação de
                  textos budistas foram realizados no Brasil. Nesta empreitada, pessoas
       que  sempre  se  preocuparam  com  a  questão  do  aportuguesamento  dos
       ensinamentos se esforçaram ao máximo. O personagem principal (aquele que primeiro
       demonstrou esta preocupação) foi o próprio mestre Ibaragui Nissui Shounin. Seu sonho
       era, no futuro, ver os ensinamentos serem transmitidos também em português, para que a
       religião fizesse parte da cultura brasileira. Nas edições desta revista resgataremos todos os
       trabalhos que já foram realizados e acrescentaremos os novos que advirem. Neste número
       registramos os termos estudados, e editados, nos quatro Folhetos Instrutivos. Publicações
       lançadas,  pelo departamento  de  expansão  do  Brasil,  por  volta de  I 980.  A  comissão
       editorial, na época, foi composta por: Sentyu Takassaky, Massae Saio e Júlia Hoshi. Os
      desenhos e a arte-final eram elaborados por Frank Takahashi.
      ARIGATOUGOZAIMASSU

           U sarnas  esta  palavra  de saudação,  ou
      cumprimento, entre os  fiéis  da Butsuryu-Shu.
      Substitui  os:  "bom  dia",  "boa  tarde  e"  "boa
      noite".
           Na língua japonesa, o uso desta palavra
      é  geralmente de agradecimento. Entretanto, por
      ser composta pelos ideogramas ARI ( existir) e
      GATAI  (difícil)  possui,  implicitamente,  o
      significado de alguma coisa difícil.
           No nosso cotidiano, tomamo-nos incapazes de valorizarmos o que temos:
      a saúde, a família, os amigos, a casa, a comida,  o trabalho, etc. Entretanto, nada é
      meramente casual. Tudo tem sua causa e efeito. Os fatos não ocorrem pela nossa
      simples vontade de que isso aconteça e nem as pessoas se encontram onde e
                A  nossa  própria  existência já  é  um  episódio  digno  da  mais
      profunda reflexão. O nascimento de um ser humano nunca é um acidente, mas,
      sim, é um resultado de uma meticulosa programação das leis do Universo. Sem
      contudo entrar no mérito da questão, do ponto de vista científico de um laborioso
      processo genético cientifico ou do aspecto religioso; podemos afirmar que cada
      nascimento só se concretiza após uma sucessão ilimitada de fatos rigorosamente
      ordenados. Em primeiro lugar: é necessário que seus pais tenham nascido e se
      encontrado. Mas para isso era preciso, também, que os pais deles (ejá são quatro)
      tivessem nascido e se encontrado. Por sua vez, cada um desses quatro descende de
      outros dois pais, etc. Em outras palavras, cada um de nós tem 2 pais, 4 avós, 8
      bisavós e 16  tataravôs. (Continua na próxima edição)


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