Page 12 - Revista Lotus-Mes-05-2003-N44
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filho pela sua própria vida, apesar de ser a maior vontade de pais e mães que
vêem seus filhos sofrerem.
No ocidente, quando dizemos a palavra merecimento, muitas vezes
as pessoas interpretam pejorativamente. Ou seja, discordam pelo fato de
acharem que a pessoa que sofre não merecia isso etc. Na conotação budista
da palavra, entende-se o merecimento apenas como relação de causa e
efeito. Do mesmo modo que foi gerado também pode ser transformado,
pois a causa está em você, e isso é o que deve ser mais valorizado nesta
interpretação.
Seja qual for, cada um de nós temos um carma, ou vários carmas, e
ao semearmos, colheremos seu fruto infalivelmente. Querer ignorar esta
realidade poderá gerar um mundo único e solitário dentro de si, que o
afasta de toda a co-relação com a natureza que o acerca.
Como aceit ?
Porém, o nosso modo de pensar e sentir não aceita facilmente essa
realidade. Em outras palavras, toda vez que padecemos ou sofremos,
procuramos alguém para resolver ou dividir do nosso sofrimento, se
possível repassá-lo totalmente.
As vezes até imaginamos que alguém poderia aparecer e ajudar, que
se tivesse dinheiro as coisas poderiam ser melhores, que se tivesse ais
conhecimento ou influência teria saído melhor,etc.
Ou seja, é na frustração de não encontrarmos nada desse tipo, é que
se encontra a solidão, e passa a se sentir só. Aceitar não é a solução, mas
sim aprender a conviver com ela, tal como um monge a busca por opção
própria se preparando para as mais árduas realidades da vida.
É dito que o menino Buda ao nascer, deu três passos e disse.
(Tendyou tengue, yuiga dokusson)
"Entre o céu e a terra não existe nada mais nobre que eu "
São sábias palavras, dignas de serem as primeiras após um nascimento. O "Eu"
citado em suas palavras apontam o maior tesouro que herdou de seus pais e do Buda
Primordial , a Vida. E que honrará com todas as forças e
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