Page 30 - Revista Lotus-Mes-07-2003-N46
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       ninguém que  lhe estendesse a mão para salvá-la.  Certo dia, quando
       perambulava pela rua aproximou-se de um bosque  onde Buda fazia suas
       pregações, vendo a multidão aglomerada Patatyara,
       curiosa se infiltrou para ver o que era, logo ao ver a mulher nua os
       discípulos de Buda, aflitos pensaram em conduzi-la para fora, alguns
       ouvintes até caluniaram dizendo:
       - Aqui não é lugar de mulher louca e pelada, e sim onde se escuta os
       ensinamentos do nobre Buda, aqui você não entra. Mas, de nada
       adiantavam as calúnias, com a força de uma pessoa enlouquecida, Patatyara
       foi empurrando os outros até se aproximar de Buda. Quando ele a viu disse
       a  todos.   - Deixem-na entrar.
       Ouvindo isso, fiéis e discípulos, mesmo sem vontade soltaram-na.
       A mulher totalmente nua se aproximou finalmente de Buda. Ele fitou-a com o
       olhar mais compassivo que se possa imaginar e lhe disse em tom de ordem.
       -Pobre mulher volte a sua consciência. Ouvindo essas palavras imediatamente
                               o
       Patatyara, voltou a si, pediu  alguma rupa para se cobrir, se apresentou, contou
       toda a sua história e finaliwu suplicando.
       -Perdi a razão em função do tamanho sofrimento pelo qual passei, nem mesmo
       sabia a vergonha que passava andando nua pelas ruas. Por favor nobre Buda,
       salve-me deste sofrimento.  Em seguida Buda pregou suavemente.
       - Patatyara recupere suas forças, compreendo todas as suas tristezas e
       sofrimentos, mas me ouça, apesar de todo o amor que temos em nossos pais,
       marido e filhos, ainda assim não podemos tê-los como suportes de nossas
       vidas, desde um longínquo passado, a quantidade de lágrimas que já foram
       derramadas por viver a vida dessa forma certamente é maior que as águas dos
       mares. Patatyara recebeu as palavras de Buda como se estive banhando seu
       corpo em água morna e relaxante, ao mesmo tempo sentiu um grande alívio em
       seu coração. Buda completou.
       - A única coisa que podemos acreditar é o Darma, tudo que nasce
       morre, todos que se encontram, de alguma forma um dia cedo ou tarde se
       separam, todos adoecem e envelhecem, tudo isso é inevitável. Neste caso,
       tudo que podia imaginar de ruim aconteceu com você e por isso enlouqueceu.
       Porém, observe a sua volta e verá que não há uma pessoa sequer que não teve
       que se separar da pessoa amada.
       Patatyara adquirindo tal esclarecimento chorou e jogou-se aos pés de
       Buda e suplicou-lhe que a ordenasse como monja budista. Recebendo o
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