Page 11 - Revista Lotus-Mes-07-2006-N82
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O monge budista Enjyou-Nitijyou Shounin
( 1664~ 1743) em sua escrita trata sobre a origem do
Kaimyou da seguinte forma (monge da linhagem
Nitirenshu):
"No Sutra Buda conferiu aos discípulos títulos
para quando atingissem a iluminação e ainda
especificou-lhes o local" ou seja, nessa acepção,
associa a origem do título budista ao prenúncio de
iluminação feito por Buda, quando também intitulava e
prenunciava o local onde a iluminação aconteceria.
Esta explicação, baseada na comparação do
prenúncio da iluminação com o culto póstumo,
evidencia a característica do budismo da época
centrado na prática do culto póstumo, e que
acreditava-se por si só conduzir o ente falecido à
iluminação. Esse disparate deriva da crença
predominante da época e não necessariamente da
filosofia budista, onde se prega o esforço e dedicação
como fonte de todas as conquistas. No Budismo
Primordial, envia-se a virtude da oração para a alma do
ente (Como a alma é eterna 'vivo ou não' não vem ao
caso) superando assim a limitação 'morte' para uma
prática tão importante em nos dedicarmos.
O "Goekou" (no Brasil muitos chamam apenas de
Houji, mas não é uma linguagem da HBS) é traduzido
como 'culto póstumo', muitas vezes para ser direto ao
estilo de homenagem que o culto oferece, mas na
prática é de fato um "Culto de Transferência de
virtudes".
O ente (que recebe a virtude transferida) por sua
vez nos reenvia e por isso chamamos a prática do
Goekou de "Transferência de virtudes".
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