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damente superficial.
Na visão oriental, sem dúvida, a busca através do inusitado, representa uma
metodologia de busca divina diferenciada dos modos convencionais. Os
quais da maneira como são aplicados seriam insuficientes para concretizar
esse encontro do divino com o profano, ou até mesmo a proporcionar a
mínima compreensão. Ou seja, da mesma maneira que não posso medir a
pressão atmosférica com metro, não posso com o barômetro medir
distância.
O Zen em primeira estância se autodenomina como "não religião".
E, se não é uma religião, então, não importa se a prática é ou não inus
É simplesmente uma prática. Se o ato de sentar, refletir e tomar decisões
fossem práticas inusitadas, então todos seríamos (ou pelo menos
deveríamos ser) seres inusitados. Zen, significa 'Serenidade'. A meditação
transcendental (apenas com a mente) realizada é o método de buscar essa
serenidade segundo a prática zen budista. Simplesmente isso.
O budismo não se fundamenta no Zen, mas sim, o Zen no budismo,
e o budismo, muito mais do que o Zen, que representa apenas uma parte
simplória da prática, se aprofundou no Sutra Lótus revelando a sua identi
dade "Religião" (não inusitada como a pergunta diria) através da busca da
iluminação pela da prática da fé e compaixão.
Contudo, o "não inusitado" aqui, representa algo muito além e
aprofundado do que qualquer coisa inusitada e in É o simples e
essencial que restou após todos os chamados inusitados e convencionais
terem sido descartados. É o que chamamos de "Primordial", ou seja, que só
pode ser de um jeito e esse jeito não é criado por nós, nem por "Deus",
simplesmente "é"! Daruma Daishi é o fundador do budismo Zen. Nasceu ao
sul da india como terceiro príncipe do reino Koushikoku. Também é
chamado de Engaku Daishi. Viveu por volta do ano 530 e difundiu a doutrina
zen Shoubougenzou (Escritura da visualização Correta do Darma) sobre a
iluminação. Algumas de suas passagens famosas são: a máxima de "Caia
sete vezes e levante oito" e o feito de no monte Suuzan e Templo Shaolin.
Segundo a crença popular, o de fato sozinho ter meditado por nove anos
voltado para uma parede e sentado, lhe custou a perda da visão e das per
nas que por falta de uso tornaram-se inutilizáveis.
Como os budistas vêem as superstições e crendices?
Em pleno século XXI, quando a ciência e a medicina se encontram
bastante desenvolvidas, e teoricamente a humanidade está mais
esclarecida, vivemos ainda num mundo cheio de superstições e crendices.
Encontramos pessoas que acreditam que números, nomes, amuletos,
pedras, cristais, flores, cores e etc., podem influenciar positiva ou
negativamente nas
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