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neira de pensar dos fiéis, orientando-os para que mudem as suas maneiras
      de encarar os sofrimentos atuais. Se mudar a nossa maneira de pensar, es­
      taremos começando a mudar tudo. Aquilo que até agora achávamos a coisa
      mais penosa desta vida, pode passar a ser a mais saudável e assim suces­
      sivamente.  Existem pessoas que não sentem a proteção do Buda Primor­
      dial, apesar de recebê-la em profusão. É como uma televisão velha da casa,
      que recebe as ondas, mas como está gasta, não projeta com nitidez a ima­
      gem. Precisamos tomar cuidado para que a nossa capacidade de percepção
      esteja sempre viva para percebermos a graça protetora que recebemos.
      Para isso precisamos pronunciar diariamente o Namumyouhourenguekyou
      pois só assim, sentiremos a gratidão e a alegria por tudo que recebemos do
      Buda Primordial.
      Fonte: Revista Lótus n 72 Pg 17
                   º
                   48. Como você vê o Budismo?
           Buda para mim é um nobre ser que nasceu na Terra para nos
      mostrar do que somos capazes. Que igualmente e sem exceções nos
      mostrou que podemos atingir a iluminação. Que o céu não é apenas para
      os bonzinhos, mas pra todos, mesmo que demore um pouco mais pra uns
      outros.Quando nos referimos a "Deus" na concepção budista, chamamos de
      Buda Primordial, e o veneramos na forma da Imagem Sagrada "Gohonzon".
      Todavia, tomamos o devido cuidado de não atribuir nenhum tipo imperfeição
      (Ex: a punição do juízo final, uma criação imperfeita, uma ira que não tem
      nada de divino etc), já que 'Buda', como substantivo, significa aquele que
      atingiu a perfeição. Alguém poderia até perguntar:  Então todos podemos
      virar "Deus"? Não, porque é Um só, e a idéia não é criar 'concorrência'.
      Mas podemos nos reunir, nos unificarmos a Ele. Podemos ser iguais a Ele,
      podemos fazer parte Dele, isso sim é primordial e, acima de tudo possível.
           Mas, tudo isso só se torna passivei quando começamos a enxergar
      a vida e as coisas como elas são, através da lei da interdependência. Veja
      só a maravilha de ensino que Buda nos deixou:  Perfeição, não é fazer tudo
      certo, é haver equilíbrio em tudo! Super suave, nada de radical e segrega­
      dor.  É de um ensino assim que nos dias de hoje precisamos.  É um tipo de
      relação assim que pode nos fazer bem.  Um tipo de raciocínio deste tipo
      só nos trará paz, harmonia e felicidade. Budismo pra mim é tratado como
      religião, não como filosofia, pois o ser humano precisa acreditar em algo
      Imediatamente superior a si mesmo, para que tenha uma meta. No caso do
      budismo, pela prática da fé, podemos nos igualar a Buda. Nos unificarmos à
      divindade suprema. Não nos é negado esse privilégio. Sendo assim o Budis­
      mo Primordial é a religião que nos possibilita elevarmos a nossa capacidade
      ao máximo, permitindo também conduzirmos os demais seres à iluminação.
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