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23. A indiferença é uma ofensa?
          Seguimos a tradição do Mahayana, que se situa na preposição da
     compaixão. Isto é, significa que devemos ser compassivos e só seremos
     verdadeiramente compassivos no momento que estivermos sentindo raiva,
     ódio, mágoa e outras coisas do gênero. Se não for para sermos compas­
     sivos nos momentos que mais precisamos ser pelas outras pessoas, então
     em momento algum a nossa compaixão será verdadeiramente útil e, sem
     utilidade ela não é verdadeira. Quando diz ser ético e justo, contradiz a in­
     diferença que apresenta ás pessoas. O problema não está nelas, mas sem­
     pre dentro de nós. Principalmente no ódio, avareza e ambição, considerados
     Três Venenos no budismo e principais inimigos da compaixão. Seria mais
     coerente se sentíssemos raiva e ódio desses três venenos e não culpar as
     pessoas pela nossa imperfeição e falta de capacidade em ajudar as pes­
     soas a mudar e conduzi-las a iluminação. Não somos capazes de eliminar o
     ódio, mas podemos viver sem que sua influência nos traga mais tristezas e
     sofrimentos. Dizer que podemos controlar também é muita preponderância.
     Somos frágeis seres humanos que já nascemos possuidores destes três
     venenos. Por outro lado, também nascemos dotados da Natureza Búdica,
     que quando encontra a fé na oração do Namumyouhourenguekyou, des­
     perta a compaixão dentro de nós e, sem que mesmo percebamos nos move
     e faz agirmos de modo compassivo. A indiferença é a pior das ofensas.
     Demonstre-se, atire-se e renove-se. Viver problemas não é o problema. O
     problema é que, pela indiferença, acaba por viver sempre o mesmo prob­
     lema e da mesma forma.  Isso sim é sofrimento.
                  º
     Fonte: Revista Lótus n 39 Pg 05
     24. Qual a diferença entre o Buda Primordial e o Buda Histórico?
          Buda Primordial (Kuon no Honbutsu) como o próprio nome diz é
     "Primordial" é "Original".  Não tem começo nem fim. É a divindade única que
     rege o cosmos e que na história da humanidade, no momento da pregação
     dos Oito Primeiros Capítulos do Caminho Primordial do Sutra Lótus (Hon­
     mon Happon e somente durante este trecho), através do corpo físico do
     Buda Histórico revelou sua existência, identidade e acima de tudo, pessoal­
     mente nos transmitiu os ensinamentos.
          Portanto, podemos dizer que vimos pessoalmente a divindade e
     que, pela soberba compaixão e presença, fez da Terra a Terra Pura ao nos
     pregar os ensinamentos (o Namumyouhourenguekyou), também fazendo de
     nós os seres mais privilegiados dentre os seres.
          Já o Buda Histórico, dentre incontáveis mundos do universo, é o
     Buda encarregado (pelo Buda Primordial) aqui da Terra. É claro que é uma
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