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e mortes, para vivermos nesta harmoniosa fraternidade universal.
          Não existe nada que impeça o homem de ver e viver nesta mara­
     vilhosa harmonia, a não ser o aprisionamento da mente em sua própria
     memória ou carmas. Conseqüentemente o homem relaciona o seu viver
     com uma "mente velha" (denominação dada às atividades da mente voltada
     aos conhecimentos e experiências).Hà uma história de um cavalo que
     certa vez, refugara ao bater com a cabeça em um tronco de árvore caído
     na estrada.  Nos dias seguintes, sempre que passava pelo trorco o cavalo
     refugava. O fazendeiro removeu o tronco, queimou-o e nivelou a estrada.
     Contudo, nos vinte anos seguintes, sempre que passava pelo local onde,.
     estivera o tronco, o cavalo refugava.  Na verdade ele refugava à memória do
     tronco em sua mente. Assim como o cavalo não vê a estrada plana sem o
     tronco, muitas vezes nós não podemos observar corretamente a vida e os
     seres exatamente como eles realmente são. Quando olhamos, mesmo para
     os nossos entes queridos, para uma árvore etc, não vemos as coisas como
     elas são porque estamos continuamente olhando para os nossos próprios
     pensamentos e concepções e, neles vivemos aprisionados. Com a mente
     aprisionada a esta memória de concepções e idéias, a alma mergulha na
     ilusão de um mundo fenomênico de desejos e prazeres, gerando os carmas
     que consequentemente, produzem os fenômenos do ciclo de nascimento,
     doenças, velhice, morte e toda "desarmonia aparente" do universo.  De fato,
     o único obstáculo que impede o homem de viver em harmonia são seus
     próprios pensamentos e imagens mentais frutos de atividades egocêntri­
     cas, ocasionada pela memória da velha mente.  Portanto, para que um ser
     humano possa ver a harmonia que está a sua volta ele precisa de uma
     mente pura.  E, neste processo a prática e interesse constante pela fé é de
     suma importância. Há ignorância quando se sofre e não se procura a fé.  Há
     ignorância e estupidez quando se conhece a fé e não pratica.  E, hà egoísmo
     quando se conhece e pratjca, mas, somente para seus interesses individ­
     uais.  Porém, quando se pratica a fé para o despertar de todos, indepen­
     dente de fronteiras ideológicas, discriminação de raças, culturas e condições
     sociais, este homem deixará de ser um indivíduo para se tomar um "ente­
     humano", que é o objetivo de um 'ser' Bossatsu. Quando isto acontecer,
     não haverá a preocupação com as relações mentais e conflitantes que
     pertencem às atividades egocêntricas da mente do indivíduo, não havendo
     mais necessidade de respostas. Sendo assim, as buscas desaparecerão.
     O homem vive adormecido para esta harmonia.  Mas felizmente o Buda que
     existe dentro de nós nunca adormece e está sempre presente como um
     tesouro, pronto para ser descoberto. A fé que descobre este tesouro lhe
     proporcionará a luz necessária para ver e viver na harmonia do universo.
                  º
     Fonte: Revista Lótus n 55 Pg 27
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