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Lotus Revista Budista
no decorrer da história. Todavia, simplesmente o poder dado aos padres de
excomungar alguém da igreja, já o coloca (quem o faz) como alguém que não
merece respeito algum. Principalmente os errantes é que devem ser o alvo da
salvação e não de exterminação. Sobre não dar exemplo aos filhos, depende
de qual exemplo, é óbvio que todos nós devemos ser exemplares aos nossos
filhos e demais pessoas. Todavia, se não for exemplar é alvo de lapidação
e não à negação. Se existe um "céu", só pode ser um lugar onde não há
diferenças entre bons e maus. Onde todos são capazes de coexistirem, e não
como no conto de fadas discriminatório que muitas doutrinas pregam. Quanto
as igrejas evangélicas, que seguem uma única e mesma doutrina, apenas
interpretando de forma diferente, o que se pode dizer é que "são farinha do
mesmo saco". Tentaram criar algo sem receita correta, a gosto, e por isso fiz
eram uma grande confusão. Qualquer um é pastor, fala o que quer em nome
de Deus, prega errado e ninguém está nem aí. Pode ser que eu esteja gener
alizando, mas é a imagem que se tem hoje em dia. Há uma grande irrespon
sabilidade e descontrole em relação a uma doutrina que consideram sagrada.
Seus questionamentos são nos dirigidos com freqüência e retratam uma reali-
dade que muitos adeptos enfrentam. A história do cristianismo, bem como das
religiões abraãmicas, contém muita manipulação, derramamento de sangue e
discórdia, que são encobertos pelo dito "amor de Deus". Essas manipulações,
muitas vezes fazem as pessoas perderem a fé na existência de uma única e
suprema divindade ou, se existe não fazem questão de acreditar. Note bem
que o objetivo não é criticar, apenas confirmo as suspeitas que nos direcionou
e que eu próprio ja tive até o momento em optar pelo budismo. Jesus, respeit
avelmente, foi um ser como qualquer outro respeitável (quem não é?), que
pregou o bem e exerceu sua missão. Todavia, não concretizou a iluminação,
um iluminado não morre, nem ressuscita. Simplesmente regressa ao estado
primordial, também, se morresse certamente seria de um modo sereno, são
grandes as diferenças de concepções que existem. Portanto não podemos
fazer comparações teoricamente levianas. Sobre os milagres, eles aconte
cem! Alguns são invenções do homem (portanto não são milagres), outros de
fato acontecem (mas, não são mágicas, todos possuem uma causa). Porém,
devem representar o seu caminhar correto rumo a iluminação, não pode ser
um "verdadeiro milagre" algo que hoje recebe e amanhã lhe é tomado. Ou
seja, a iluminação é o cessar dos sofrimentos, é a meta principal e isso não
é um milagre, é algo explicável e concreto, principalmente do ponto de vista
prático.
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Fonte: Revista Lótus n 50 Pg 18
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